sábado, 6 de outubro de 2007

Quase amigo

Eu tenho um novo amigo, virtual, acredito que ele não se importe em ter seu nome citado: Bruno. O Bruno me apresentou ao Blog dele e comecei a ler sem paciência, pois blogs nos tornam impacientes, pelas blogoseiras...
Mas eu lia e não conseguia parar de ler. Bruno, você é médico por acaso, meus amigos jornalistas, editores de plantão achei um cronista, dos bons, como ele deve ser: amargo, cruel, Nelson Rodrigues, a vida como ela é. ( se ele me autorizar dou o end. depois.)
Efeito colateral da medicação, doutor. Me deu vontade de escrever. Fiz este blog, estou escrevendo. obrigado! Há anos só vendo produtos e serviços, há anos só preparo aulas e escolho pessoas para degola. Há anos não cuido de mim. Ontem fiquei doente. Há anos não ficava doente em casa. Não me permitia. "Vão dizer que vc é relapso, onde já se viu homem não fica doente... "
E lembrei de alguns textos, lendo os do Bruno, que já foram premiados em teatro, literatura infantil e cinema. Enterrei de vez a vontade de escrever? Não vou mais escrever, é isso!
O quase amigo lá em cima é para não escorregar na emoção, técnica de cronista "olhe a vida com imparcialidade". Aprendi isto no mestrado com meu quase amigo e orientador Helmuth Kruger, um alemão que me fez voltar a estudar, entender de psicologia e o valor dos valores...um dia empolgado com sua disciplina(ambos os sentidos) falei:" professor, sou uma pessoa carrancuda, fechada e de poucos amigos (meu chefe diz que sou uma "flordepessoa" - grosso mesmo-, veja que entre publicitários é tudo no conotativo), mas o senhor é um professor que posso chamar de amigo. Ele com suas feições de um anjo respondeu imediatamente na sua candura e secura alemã :"quase amigo, paulo, quase amigo". Mais Nelson Rodrigues impossível.
Por isso, estou nomeando você Bruno, quase amigo...vocês que falam muito deste veículo aqui e não o observam apenas como veículo das mesmas emoções já existentes, sugiro que antes de fazer teses sobre virtualidades e sei lá o que digital assistam o filme "Nunca te Vi, Sempre te amei" ( Anne Bancrof, Antony Hopkins) um verdadeiro tratado do que é a virtualidade. A amizade daquele que nunca vimos ou vamos encontrar, de quem não percebemos e de quem não nos foi imposto.
Valeu, doutor

2 comentários:

Bruno de Faria - Dermatologista disse...

Paulo, claro que autorizo divulgar o endereço do site. Meu sonho desde que aprendi a ler (aos 3 anos, acredite) é ser reconhecido como escritor. Meu sonho é ter coluna em jornal, exatamente retratando a vida como ela se descortina (para não plagiar N.R.). Este é o motivo do blog: já que ninguém me quer editar pois não tem garantia de venda; já que ninguém quer ler o que escrevo, pois não me chamo Paulo Coelho, criei minha coluna onde eu, ao menos, me reconheço. E agora você. Abraço apertado. Boa segunda-feira (de noite te desejo boa terça).

Anônimo disse...

necessario verificar:)