quinta-feira, 26 de novembro de 2009

(RUIM) DO COMEÇO AO FIM

Criticar o trabalho dos outros é muito chato, até porque tenho trabalhos como publicitário muito ruins (colocamos a culpa no cliente). Mas fui assistir uma pré-estréia de um um filme nacional, DO COMEÇO AO FIM (por engano, cancelaram Coco Channel para esta pré-estréia). Sempre atribuo o sucesso de um filme ao seu roteiro. Não existe bom diretor que faça milagre de levantar um roteiro ruim, mas um péssimo diretor pode estragar um bom roteiro. Infelizmente o filme não tem roteiro. É apenas um grande clipão gay de cenas soltas, sem nexo, pé ou cabeça. Ou na linguagem dos roteiristas não tem começo, meio e fim, e ligando estas partes, não necessariamente nesta ordem, o drama. Drama é o que nos dá identidade como ser humano, que nos faz trocar empatias, simpatias e antipatias. Os gays vão até elogiar. Os atores são bonitos, jovens, fogem a clichê habitual de gays afetados, mas saíram do cinema soltando cobras e lagartos.
O melhor papel do filme, que poderia criar uma forma de antagonismo, o roteirista/diretor mata. Acho que todos os roteiristas de novela deveriam criar roteiros de cinema, obrigatoriamente. Não que as novelas sejam um primor, mas ninguém como eles sustenta um drama por mais de duzentos capítulos. Ou seja, uma hora e meia é fichinha.
Fico aborrecido. Imagine o esforço, o trabalho dos atores, produção, edição para ser um fracasso de bilheteria? Mas que filme ruim.