sexta-feira, 21 de março de 2008

LEMBRANÇAS

Na Sexta-feira da paixão é costume do povo baiano cheio de religiosidade andar pelo maior número possível de igrejas da cidade. São trezentos e sessenta, dizem, uma para cada dia do ano.

Uma tia minha tinha essa religiosidade - minha também, quando passei no primeiro vestibular para medicina fui andando de casa a té a igreja do Bonfim(sic!) - e nos arrastava da sete da manhã às sete da noite por várias igrejas. Eu não me lembro quantas fazíamos, mas eram dezenas. Entravámos, toda a igreja tinha panos roxos por tudo que é lugar e no centro o corpo de Cristo. Tínhamos de, ainda por cima, entrar numa fila para beijar a estátua.

Como eu tinha medo daquilo. Sair da igreja era uma alegria enorme. Talvez eu tivesse a certeza que o paraíso estava perto, já que aos domingos o almoço era farto, podia beber vinho e ganhava chocolates.

A fé é algo estranho e que hoje me causa estranheza. A fé em objetos mais ainda. Mas, indiscutivelmente, move montanhas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Vi na TV a procissão dos Varre-cocos, lá pelo nordeste. Vc deve ter visto. Os "soldados romanos" portando tochas na cidade escura, ao som de tambores, "procurando Jesus". Só de pensar na possibilidade de assistir àquilo, ao vivo, já me deixou arrepiado. Pelo espetáculo.
A fé, acho que não tenho muita, não. Mas agradeço o que sou e o que tenho, todos os dias, a Deus. Um amigo fala na Lei 2080 (ou coisa parecida): faça 20% do que lhe cabe, e o "cosmo" se encarrega do restante!

Bruno de Faria - Dermatologista disse...

pois é. Você conhece a Pomada do Vovô Pedro? É uma pomada mediúnica. Uma paciente acaba de dar um ataque na minha sala dizendo que minha medicação era cara e nada adiantava, mas a pomada do vovô pedro curou ela. Ça va pas changer le monde.