Antigamente se falava - antes de existir blogs - que a pior coisa para quem escrevia era o papel em branco na sua frente na máquina de escrever. A máquina se foi, tive uma Remington, espetacular, o papel se foi e passamos a corrigir no pensamento. Não existe mais releitura.
Talvez seja sobre isso que eu queira escrever. A falta de releitura. Do ser humano, das situações que vivemos ou de um simples texto para ninguém ler neste blog (fora o Bruno que mudou o nome do blog para http://edificiopalmira.blogspot.com/).
A releitura de situações muda completamente a percepção dos fatos. A minha leitura de violência, criminosos era uma, até me deixarem de short e sandália na linha amarela. Hoje me revolto e fico indignado fácil e exigo pena de morte. Releituras depois das experiências. Em compensação a experiência com o ser humano, quando você está em cargo diretivo, mostra como eles passam a ler você e a tentar colocar toda a maldade que eles já passaram nas suas costas. Frustrações, por não gostar do que fazem, indignação por ganhar pouco; tudo é sua culpa.
O Chefe do meu chefe (forte isso, parece o exército, mas não é não) em uma conversa informal, sentado na escada do trabalho tomando um café confirmou o dado do parágrafo anterior: que o ser humano, na sua releitura, nasce mal e vai tentando se tornar bom até morrer. Daí as religiões, deuses, fé. Tentando.
Voltamos a trabalhar. A palavra trabalho vem do latim tripalium espécie de chicote de três pontas (no pay hora extra, 10 tripaladas), um instrumento de tortura da idade Média. Não havia Getúlio e suas leis que amarram você ao Estado. Se fizessemos uma releitura da palavra e dos trabalhos talvez menos médicos, por exemplo, dados do Cremerj, estariam frequentando psiquiatras. Talvez as pessoas estivessem mais felizes e paracem de culpar ou outros pelo sucesso que elas não fazem.
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Há 8 anos
2 comentários:
adorei. Escreverei um "artigo" com título homônimo. Você deixa?
Isso que você escreveu despertou em mim uma avalanche de memórias. Somos blogs comunicantes, Paulo!
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