domingo, 25 de novembro de 2007

DA JANELA

Janela é um lugar estratégico. No interior ela é valorizada porque as pessoas gostam de ficar no parapeito durante horas jogando prosa fora. Eu gosto muito, o interior presente no meu inconsciente urbano.
Do meu ap tenho um vista privilegiada e perto da rua - barulhenta - onde vejo o ser humano em alguns atos de perfeição e outros de decomposição. Os vizinhos do Bruno são mais pertos, convivências forçadas. Os meus é só fechar a janela que deixo-os para trás.
Uns amigos meus já passaram e me viram na janela e deram o maior grito “sai daí”. Mas não saio.

Vejo gente bonita, muita gente bonita. Vejo gente feia. Vejo brigas de casais que não se aturam mais. Vejo amassos de casais numa árvore estratégica. Já vi vários assaltos, sendo que dois desci correndo, chamei o porteiro e fui atrás. Às vezes temos estes rompantes de indignação. O famoso herói morto. Nada parecido com o interior do meu inconsciente.
Cachorro fazendo xixi e cocô nem se fala. Como este povo gosta de cachorro. (hoje eu soube que eles têm pancreatite também e que morrem rápido por isso. Vamos ter muito choro esta semana).

Vejo a vida passando e o cotovelo ficando branco. Agora você sabe porque o povo do interior tem o cotovelo estragado.