quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PARA SE PENSAR

RIO DE JANEIRO - Desconfio de que já contei esta história em crônica muito antiga, mas de forma incompleta. Agora, com a proximidade das eleições, acredito que ela deva ser relembrada.
O escritor Álvaro Lins foi editorialista do "Correio da Manhã", chefe da Casa Civil na Presidência de JK e embaixador em Portugal, onde, aliás, criou um caso internacional dando asilo a um adversário do regime salazarista. Muitos o consideram o crítico literário mais completo do Brasil. Sua entrada na Academia Brasileira de Letras foi uma noite memorável, pois chegou atrasado duas horas para a cerimônia.
Em Lisboa, ele decidiu visitar a Suíça, sendo ali recebido com todas as honras. Na manhã do seu primeiro dia em Genebra, depois de ler os jornais locais, deu um giro pela cidade em companhia de um funcionário do governo. Andou pelas ruas, de carro e a pé.
Em dado momento, comentou: "Li nos jornais que hoje é dia de eleições gerais. Mas não estou vendo nenhum movimento especial, nenhuma fila, nenhum posto eleitoral...". O funcionário explicou: "Senhor embaixador, hoje, realmente, é dia de eleições gerais, e elas estão se processando normalmente". "Mas como? Não vejo nenhum movimento... nenhuma fila... parece um dia qualquer...".
"Não precisamos de filas. Cada quarteirão tem uma urna em local determinado. O eleitor chega e deposita sua cédula. À meia-noite, as urnas são recolhidas e, no dia seguinte, o resultado é proclamado."
Álvaro Lins ouviu, abaixou a cabeça, pensou um pouco e perguntou: "Mas digamos... um eleitor pode depositar na mesma urna ou em outras muitas cédulas de um só candidato, dez, vinte... cem... e aí como é que fica?"
Foi a vez de o funcionário suíço ficar espantado:
"Mas senhor embaixador, quem faria isso?

Carlos Heitor Cony - Folha de São Paulo 30/09q2010

domingo, 26 de setembro de 2010

EXPLICA


O QUE FAZ UM BOQUETEIRO???? NO GOOGLE SÓ DÁ O QUE A GENTE JÁ SABE

terça-feira, 13 de julho de 2010

MONEY MAKES A WORLD GO ROUND

Não eu não quero comentar sobre o caso do goleiro. Eu quero pensar sobre o que gira a vida dessas e de outras pessoas. Senão vejamos. A amante infernizava a vida do goleiro por dinheiro, merreca, mas infernizava. O goleiro queria ir para fora porque duzentos mil é pouco. Os amigos do goleiro não trabalhavam, não faziam nada, apenas cercavam o goleiro por dinheiro. O clube pagava bem ao goleiro porque assim entra mais dinheiro, já que o time provavelmente não perde com um bom goleiro. A mãe da amante pegou rapidamente a criança, porque ali tem um futuro promissor (tradução herança=dinheiro). Os delegados parecem estrelas de Hollywood dando entrevista, talvez porque vejam uma candidatura (o povo é que pediu) e melhorar o salário. As novas amantes do goleiro eram sustentadas pelo goleiro e antes tinham sido sustentadas por outros. Um técnico volta ao Brasil, ganhando setecentos mil por mês; Presidente, em vez de assinar uma lei que proíbe as crianças de levar palmadas (sic!), (que liberdade é essa?), porque não pensar uma lei que limite os salário, não o mínimo, mas mo máximo (não me venham cobrar liberdade, eles querem censurar veículos de comunicação)

Enquanto isso um grupo de deputados - como Brasilia gira sobre dinheiro - (evangélicos) sugere projeto lei que homossexuais sejam proibidos de adotar crianças. Se o tal goleiro tivesse sido educado por homossexuais, ou seja, tivesse amor e carinho de um lar, talvez seu mundo não girasse em torno do dinheiro. Este mesmo goleiro que levantava os olhos para o céu evangélico (sim, porque lá só residem evangélicos, todos os católicos, ubandistas e budistas vão para o inferno) agradecendo mais uma vitória do seu time.
O que tem de ser repensado não as relações, mas a relação que temos com o dinheiro. Se ele não fosse mais parâmetro para conquistas, muita coisa seria diferente. Mas, pensando bem vou sugerir um cartão de crédito com nome "eu te amo". Assim facilita tudo.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

DE MORRER DE RIR